
Esse ai é o Baron de lantier safra 1991.Algumas pessoas vão me perguntar: mas ainda existem exemplares desse vinho por ai?
Bem, existem.
Lá pelos idos de 2002, fomos nós , um grupo de enófilos que fazíamos parte do Lista de Discussões sobre Vinho, criada na internet por Carlos Arruda e Júlio Anselmo,convidados por Adolfo Lona para conhecer as instalações da
Martini & Rossi , que ficavam em Garibaldi.E ver a linha de produção dos vinhos e espumantes que o grupo fazia .Passamos um final de semana muito produtivo, onde além da Martini , conhecemos outros vinícolas da região.
Ali fui apresentado ao Baron de Lantier.
Lona nos contou que chegou ao Brasil em 1972, vindo de Mendoza , para trabalhar na elaboração de vinhos e espumantes da Martini.Algo incipiente na época.
Em 1987 foi lançada a primeira safra do Baron, feito a partir de uvas Cabernet Sauvignon.O Clima ajudou muito em 1991, aquela que foi a primeira safra espetacular que a Serra Gaúcha originou.Vários vinhos daquela safra foram premiados , mas foi o Baron de lantier o vinho que mas se destacou.
Em 2002, ainda haviam alguns exemplares , quardados sob 7 chaves por
Adolfo Lona, que gentilmente me cedeu 2 garrafas.Outra ganhei em um sorteio.
Foi uma delas que abri nesse final e semana, juntos com outros vinhos e alguns amigos.
A minha dúvida era , de que , passados 17 anos , como estaria o vinho.Os vinhos brasileiros, avaliei,não são tão longevos.
Com 100% de Cabernet Sauvignon, esse vinhos estagiou 12 meses em carvalho, tendo 12,5 graus de alcool.Depois 24 meses descansando na garrafa, antes da venda.
A analise inicial visual mostrou o vinho com seu volume na garrafa ainda preservado, e um pouco de borra.
Optei por um saca rolhas de lâmina, para salvaguardar a rolha.Para minha surpresa ela se encontrou em um estado muito bom.Apesar de totalmente molhada, ainda tinha boa consistência e rigidez.
Servi o vinho e observei inicialmente sua cor, com muitos reflexos laranjas e limpidez.Muito boa.
No nariz, senti de cara muita terra molhada, ainda alguns aromas de frutas, e uma madeira leve.Passados alguns minutos, senti um adocicado , um pouco de ervas secas.
Na boca a surpresa.O vinho passados 17 anos continua vivo e em evolução.Me pareceu untuoso e maduro.Redondo, excelente acidez, leve madeira .Secou a minha boca , senti muita persistência e um final longo.
Mas como um vinho nacional está tão bom, e ainda vai longe?Naquela época não haviam ainda as técnicas modernas de condução de vinhedos e vinificação.
Talvez, pela safra 91, e , a, condução competente de Lona.
Não ficou atrás de outros vinhos da mesma idade que consumimos.Agradou em cheio a todos.
Mostrou que nossos vinhos ao longo do tempo tem condições de gurada e consumo , como os melhores Italianos ou Franceses.
Ainda tenho mais 2 garrafas .Veremos a próxima.